

“Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês”. (Mário Quintana)
DE BRAÇOS ABERTOS!
Poesia de Carmen Ligia
“Ainda desconheço um paradoxo perfeito,
Mas a vida o é;
E quando me percebo viva, esqueço,
É só segundo; vida é eternidade.
Quando Quintana me emociona,
E lágrimas transcorrem em meus dedos,
Não sou poeta, sou quimera,
E de poetar, desfaleço.
Chora alma minha de tão incompreendida,
Olhos marejados é minha emoção translúcida,
Alta tarde, Deus é poeta,
E me faz rimar versos sem sentido.
Sem sentido? Talvez haja muitos
Que escapam ao meu olhar desatento
Se o que vejo é mundo,
E tenho apenas um teclado entre dedos...
Sonhos de poeta...
E poeta sou?
Amor que busco,
Amor a mim, não esta de horror!
Como distribuir o que em mim ainda é vírgula, em fábula?
Venha o amor de Deus para preencher minh’alma
Venham poetas, e me ensinem o que não se ensina
A ser poesia, em um mundo tão difuso, tão concreto e coca-cola!
Desfruto o disforme
Mas vislumbro o paraíso;
Choro por sentir tão forte,
Como seria ser simples, e não omisso...
Há uma terra, cheia de sentido
Há um coração, que toca minha essência,
Há uma ciência, que se faz por amor e maestria
Há um mundo em que se respira poesia...
E haverá de ser agora,
Na aurora de um novo dia,
Quando o tecnicismo não separar
Quando a filosofia abraçar o diferente,
Quando meu mundo vira caos, e cacos bem misturados
Faço um mosaico de esperanças,
Vivo aquela criança
Que corria com sua bicicleta rosa...
E freou encima do quebra-mola,
E o pneu de trás subiu,
E um riso veio aos meus lábios
Pois sufoco do passado, são risos de contentamento...
O tempo, que não me disse ao que veio
E não é flacidez, adiposidade, mesmo rugosidade
Que me dará exata noção do que foi perdido:
Nada se perdeu, eu sou eu, e não sou... Também passarinho!
E do que foi passado, estrada e poeira
Lavo-me com água da chuva, e não colho mais espinhos.
Vamos! É um longo caminho,
Caminho de quem nasceu poeta. Espera; reconhecimento não é louro!
Às vezes agouro,
“Inté” pressentimento...
Mas que leiam que “não pensei”
Apenas fui teclando o que sinto...
E não sinto,
Sinto tanto
E quando “minto”,
É que digo as maiores verdades.
De tarde,
De certo mais um dia,
Vem sol que contagia,
Com gratidão espero abraçar até mesmo o contratempo,
Ter fé e não arrependimento
Sugar o respirar de um novo tempo,
Oh poetas que leio e me emocionam
Sou aprendiz, e ainda é outono...
Mas sonho
Em primavera de céu escarlate
Me invade esperança!
Ser quem sou, criança; entendendo o que não entendo, é filme
Mas o real
Não é o mal, a dor, e a lástima;
É ver que o que ficou
São versos, é prosa, é poesia: mais estrada!
Sou eu e eu sou!
Sem tamanhas filosofias...
Apenas uma menina
Segue entre pétalas e devaneios,
Busco a semente,
O vingar,
O mar,
E novos tempos...”
Carmen Ligia é poeta? Não sei, rimadora, sonhadora, e o que sou, me basta neste dia: alegria! Ler versos de Mário Quintana e desmanchar minha alma... É saber que estou MUITO viva!
Fonte: Verso de Quintana citado em http://www.fabiorocha.com.br/mario.htm; Mário Quintana em Esconderijos do Tempo, “Os Poemas”.
P.S.: Fiz em slide, e ainda hoje colocarei no slideshare para poder estar disponibilizando AKI!
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