segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Elevador Filosófico...


"Chego ao prédio.
Aperto o botão do elevador.
Chega uma loira vizinha.
- Boa noite (lhe disse).
Esperamos o elevador...
Abri a porta.
Ela entrou.
Gentilmente perguntei:
-
Qual andar?
- 11º (respondeu).
Apertei o botão do andar dela, e também do meu andar.
Visivelmente cansada, ela disse:
- Amanhã, tudo de novo, como diz o Garfield; tudo de novo!
Respondo:
- Que bom que amanhã tudo de novo...
Elevador subindo...
E acrescentei:
- Hoje fui a um velório. Depois o enterro.
Ela exclamou:
- Nossa!!!
Já estava perto de sair do elevador, às pressas concluí:
-Nestas horas que vemos: Que bom que AMANHÃ TUDO DE NOVO.
E lhe dei boa noite..."

(Carmen Ligia).



"Se as coisas boas da vida durassem para sempre, você
entenderia como elas são preciosas?"
(Lembrei agora desta frase, que é do criador do Garfield, Jim Davis).



sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

E... Mil sóis!


"Eu nasci, oh eu nasci
Eu nasci dentro do mar...
Eu nasci, eu só nasci,
Pra um dia te encontrar. Te amar!

Sou rio, sorrio quando te vejo,
Calafrio, descompasso dentro do peito.
Eu navego, eu navego
Procuro o seu olhar, eu espero, eu estou a te esperar...

Sou lagoa, sou uma gota de sua lágrima.
Soa a boa chuva de março que desafia sua estiagem pálida.
Vejo em ti mais que miragem,
Venha em mim, e viaje!

Sou a gota de orvalho, neblina em tuas esquinas
Sou menina, sou a mulher que não desanima;
Te espero, chame isso desejo;
Te chamo sem saber como falar, quero tanto o seu beijo!

Você vai, veja minha espera crua,
Te querer pode ser minha falha? Na estrada minhas rupturas...
Estou a passar, não te convêm no passo
Mas saiba que tanto espero, me guardar em seu abraço!

Silencio, mas conto dias pra te ver
Vejo meu alvorecer em sua companhia, mesmo sem tocar você.
E como me tirou do ar, fiquei a flutuar
Quando beijou meu rosto tão perto dos lábios, me senti levitar...

Quero te dizer em tato
Eu quero amar você,
Vejo você passar, não sei como dizer
Sem pensar, sem tamanha racionalização, vou apenas falar: Só sei te querer!

Minha mão em sua mão,
Minha boca em sua boca
Coisa louca...
Uma deliciosa canção; cansei de omissão!

Por isso quando te amar
Ah quando te amar... (Se você deixar...)
Vou nascer, renascer, gostar, amadurecer, e sorrir, ai de mim, vou dizer:
Renasci por te querer! Valeu te esperar...

Oh Oceano, deixa em ti desaguar
Vem colher flores pra teu jardim, ai de mim que procuro seu fogo para me queimar,
Minhas fantasias não tem fim! E você água que transborda...
Sou a terra, me purifique com sua relva. Me devora!

Eu renasci, quero te dizer
Me segura, me fortaleça com tua boca, teu desejo e teu querer
Fortaleza, seja meu chão, alicerce sereno, intenso,
Que queima em meus pensamentos.

E te vejo seguro, tão passivo até inquieto, mas apenas amigo
Te peço: Vamos fazer um vendaval
Melhor amizade colorida,
E que nosso encontro seja, o encontro, fatal! Ainda que amor de carnaval...

Nas cinzas acabando, uma noite, iremos desaguar no mar
Sopraremos nossos desejos, maiores desejos
No ar. Nós dois a sós, será pó
Silêncio do nosso amor. Iremos nos perpetuar...

Nosso começo
Que seja ensejo,
Daqueles que se procuram, pra se elevar, amar, esconder pra sempre ter
Deixa eu te revelar: Morrerei se não te dizer, eu quero amar você, meu ar!

Sou rio que desce caudaloso, buscando o seu ser
Vem me amar, semeie nosso querer;
Vem me regar, sou firme terra, você meu sol sedento
Vem ser meu mar, em você amanheço - sereno!

Vem me dizer
Pra ontem, pra agora
E que Deus cuide de nós
A sós! Sem mais demora! Mil sóis...

Partícula de nosso amor...
Será Big Bang
Mar, intenso amar
Sol raiou: Vem!

Nosso reencontro, universos passivos,
Sejamos mais que amigos
Mil sóis? Nenhum de nós simplifico
Estou a passar. Em você parei. E fico.

Você é meu mar
Posso ser o seu ar
Serei uma terra, de promessas, e delícias
Vem ser o gostar, frutifica este nosso caminhar...

Pequeno, ou grandes encontros
Insones...
Seu beijo
Em minha boca, vem e me consome...


Não te esqueço
Te descubro
Me calo, e ainda te quero
Eternamente? Só por hoje! Espero..."

(Carmen Ligia, 18/fev/2011).

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Voo - E vou! (Por Carmen Ligia)

Não importa quem sou
Vou, e voo...
Infinito em mim mesma
Quietude, extravasamento; recolhimento... Encontro.

Já não importa quem sou!
Quero é ser, vir a ser, o que sempre fui...
Fugi.
Reencontro doloroso, ai de mim. Me reconhecer.

Não importa quem serei, eu estou, aqui.
Neste momento, tanto quero subir montanhas
Mas me conformo, na estrada tortuosa
E pés com pedras, e pedras. Se enorme, dou a volta.

Já não importa o que serei
Tem um sol aí fora
Só tenho o hoje, com a responsabilidade do melhor
Mas não o esforço incauto, a pressa alienante. Não mais distante...

Se a vida for incógnitas,
Brindemos com água sacrossanta
Não me enganam arranha-céus
Enchem olhos, por milésimo de segundo... Quero a eternidade de mim mesma.

E esta volta pra casa, é volta pra dentro
Onde a fuga, escapismo
É tanto abismo
Olha o céu... Um ideal perfeito, um ponto de chegada.

Não mais madrugadas
E quando vier lágrima
Lavando a alma,
É só irrigação de tanta ventura, no que vier.

Já não acredito na dor. Acreditarei em cada aprendizado
Já não é morno, quente. Frio? Sou o que sou
E ventos que derrubam minhas muralhas deficientes
É clamor a Deus: Venham novos dias!

Não temerei a vida, morrendo a cada dia.
Não me esconderei do vendaval, que limpará meu céu.
Horizonte nu, vida que me exalta.
Quero este dia de sol. Acordei da madrugada.

E quando calo, tanto a dizer.
Falando, tanto a fazer
Sonho, realidade de cada dia
A fé no que ficou, eis o que sou: Fragmentos.

Sem ordem, sem explicação
Do caos é que se faz vida.
E não temo meu reencontro
Ser quem vir pra ser. Não a procura de soluções-ciladas

Quero meu retorno pra casa!
A paz ainda que em meio a barulho e poeira.
Quero ver o mar, me amar
Sem tamanhas racionalizações imbecis, tanta asneira...

Estéril é o silêncio petrificado de quem não ama.
Fuga é solidão de quem não se ama.
A vida é intensa, simples. Incoerente, por isso VIDA
Novos momentos com sua magia; fé em cada segundo.

Olhe o mundo, viva no mundo
Mas procure seu encontro dentro de si,
Lá fora espelho que pertuba
Quando não enxergamos nosso interior.

E mesmo sem saber quem sou
Pois não é preciso saber,
Só viver, só acreditar
Sou! Fé. Melhor no que vier...

Ainda tem espinhos, folhas murchas rolam para o chão;
Rio com pouca água, e a busca não é da nascente!
Nascendo a cada dia,
Caudoloso rio que visualizo logo ali:

Manacial de amor
Dentro de mim,
Dentro de ti...
E vou! Caminhando é que a gente se encontra...

Voar sem sair do chão!
Amar, verbo do infinito
Revolução.
Quietude, e mansidão...

Tanto a dizer...
Nem sim
Ou não
Passarinho que se vai, já é hora de levantar...

(Estava sem escrever nestes dias, mas agradecimento por este novo dia, mais que um dia de domingo...))