terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

A canção - rsrsrsrsrsr (Por Carmen Ligia)



"Sei,
Que as colheitas são de maio,
Foram por demais os meus atalhos,
São de dias, meu violão...

Sei,
Que de flores fiz pouco caso,
Que de espinhos fiz minha cama,
Hoje me fere meu jardim...

Eu sei,
Que de tudo fiz tão pouco,
De amores fiz desgostos,
E de ilusões fiz meu caixão.

Também sei,
Que nada vem de graça,
Estudando, fé na estrada,
Quero poder pagar meu pão!

Sei, que os livros me convidam,
Mas meus versos me seduzem,
Dizendo alivie
Seu coração...

Me dizem rime,
Esqueça, e progrida,
Mereça cada lida,
Mereça esta canção...

A vida,
É canção de despedida,
Mas a vida é tão linda,
Pra quem vê com o coração;

Plantei mandacaru,
E cactos distorcidos,
Tive até falsos amigos
Mas acredito no amor, e no perdão...

Por isso sei que tudo vira rima,
Pó em cada esquina,
Quarta-feira é de cinzas
Mas fênix que sou, levanto minhas mãos!!

Agradeço a Deus,
Por esta paz no coração...
Se nada fiz, fiz uns versos
Fiz canção.

Vivi com o coração
Até perder a razão...
Mas hoje
pés no chão,

Mas sonhando
Com minha casa, meu jardim...
Meu trabalho, meu amor
E minha tv de plasma, só pra mim!!!

O sonho não é de todo capitalista...
É que faz falta, um sofá, uma tv...
Mas agradeço por agora, ter você,
Notebook que me faz companhia;

Me permite ter diário, virtual
Nada mau...
A canção está no fim,
Ponto final."

(Por Carmen Ligia, em 21 fev 2012).

Carnaval... (Por Carmen Ligia)


"Tórpido...
Tórrido.
"Zunido" tal lança-perfume...
Sacia a sede

Ainda que seja tal água do mar.
Vem líquido inflamável.
Pernas sem direção...
Toque de devassidão.

Embriaguez dos sentidos...
Amigos se fazem de fios
E navalhas,
E juras... Em carne!

Novamente a aproximação.
Salivando o momento extenso
Em que a terra pára,
E treme, 'cem' sentidos...

Os devaneios,
A comunhão!
Seres que precisam ir além
Do que é limite sôfrego...

Nós, qual carnaval,
Na intensidade de um momento (sempre diferente...)!!!
E clamo este tempo
Que sou o vento: vem semente.

Veloz. Constante.
Estou passando em sua esquina.
Te desejo flores,
Mas só posso lhe dar, poesias.

E este mormaço
Em alguma madrugada encantada,
Onde os beijos são selados
Tal qual cascata de lágrimas..."

(Por Carmen Ligia, em 21 fev 2012).

Eu sou neguinha? (Vanessa da Mata)



Eu Sou Neguinha?
Vanessa da Mata


Eu tava encostado ali minha guitarra
num quadrado branco, vídeo papelão
eu era um enigma, uma interrogação
olha que coisa
mas que coisa à toa, boa, boa, boa, boa, boa
eu tava com graça...
tava por acaso ali, não era nada
bunda de mulata, muque de peão
tava em Madureira, tava na Bahia
no Beaubourg, no Bronx, no Brás
e eu, e eu, e eu, e eu
a me perguntar
eu sou neguinha?

era uma mensagem
lia uma mensagem
parece bobagem mas não era não
eu não decifrava, eu não conseguia
mas aquilo ia, e eu ia, e eu ia, e eu ia, e eu ia

eu me perguntava

era um gesto hippie, um desenho estranho
homens trabalhando, para e contramão
e era uma alegria, era uma esperança
era dança e dança ou não, ou não, ou não, ou não, ou não
tava perguntado:
eu sou neguinha?
eu sou neguinha?
sou neguinha.......
eu sou neguinha?
sou neguinha.......

eu tava rezando ali completamente
um crente, uma lente, era uma visão
totalmente terceiro sexo
totalmente terceiro mundo terceiro milênio
carne nua, nua, nua, nua, nua, nua
era tão gozado
era um trio elétrico, era fantasia
escola de samba na televisão
cruz no fim do túnel, beco sem saída
e eu era a saída, melodia, meio-dia, dia, dia, dia

era o que eu dizia:
eu sou neguinha?

mas via outras coisas: via o moço forte
e a mulher macia den'da escuridão
via o que é visível, via o que não via
e o que poesia e a profecia não vêem
mas vêem, vêem, vêem, vêem, vêem

é o que parecia
que as coisas conversam coisas surpreendentes
fatalmente erram, acham solução
e que o mesmo signo que eu tento ler e ser
é apenas um possível e o impossível
em mim, em mil, em mil, em mil, em mil

e a pergunta vinha:
eu sou neguinha?

*Fonte vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=or5047cn6M0

*Fonte letra: http://letras.terra.com.br/vanessa-da-mata/116789/

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Auto-Retrato (Por Carmen Ligia Vila Nova)

'É a pintura uma poesia que se vê e não se ouve,
e a poesia uma pintura que se ouve e não se vê.'
(Leonardo da Vinci)


"Senti um começo e vi o meu fim.
Senti a dor, e o nascimento.
Vejo passos e sinto vento,
Vejo estrelas, mas clamo universoS.

Senti o cheiro, e o odor de cigarros,
Que doem o peito
E preenchem um buraco,
Que é um vazio neste peito meu... Vazio explicável.

Senti o mormaço, e pressinto a chuva.
Senti o descompasso, e levantei da noite escura.
Vejo alguns raios, mas não clamo o sol, ou algum candeeiro perdido...
Sinto a maresia do mar, e visualizo meu abrigo.

Vejo meu corpo insone, e minha alma despedaçada,
E estes cacos são o melhor do meu eu!
Porque dos pedaços não vou reconstruir o que já foi esfacelado,
Mas a obra é minha, e a grande maioria são produtos em série sem autonomia.

Mas ainda assim não sou livre,
Mas sou quem sou:
Me REdescobrindo, me explorando, indo além do script rotineiro;
Não me prendo a nada, vezes me prendo, me arrebento, vezes me arrependo, mas sou por inteiro.

O que sinto são meus passos em busca de sentidos sempre além do que é palpável:
Mais estrelas, mais cometas; mais erros, mais alegrias, e mais lágrimas.
Eu vou porque ficando não retenho nada,
Ainda que eu guarde velhas cartas, mesmo da tenra infância.

Criança...
Que sente que deve sentir
Porque só assim sou poesia.
E é por isso que eu vim: Ser sem ser, e ser por mim.

Ser a máscara que cai
Ser o gosto que clamo.
Ser o litoral e ser o pântano.
Ser ínfima e sem tamanho: assim são os geminianos.

E assim são os que são mais do que se pode medir...
Porque sentindo os nervos explodirem no amanhecer de um dia tão banal,
Nem bem, nem mal, eclético ou normal
Apenas, "equatorial".

Nos calores e no gelado dos dias enfadonhos
E das peças robotizadas,
Eu grito: SOU ALMA!
E tão pouco sou; mera poetinha sergipana que "ainda" não publicou nada.

Pego pincéis que são teclas vacilantes
E estas vacilam perante a imensidão do que poderia dizer,
Mas prefiro sentir a torpeza de ser aprendiz,
Que é a grandeza de falar o que vem aqui!

Chorar e rir... E IR!
Sonhar e acordar, mas não desistir.
Meu auto-diálogo nunca acabado.
Meu retrato que espalho: POETA-QUIMERA (tempos & espaços...)

Eu sinto que já É diferente.
Sem realidade concreta, que não "mudam" as vertentes.
Sou a semente que caindo em terra fértil
Brotam rimas além da imagem coerente.

Não Leonardo,
Não sou Monalisa!
Sou Carmen Ligia.
Sou poeta, em seu quadro seria versos enigmáticos.

Agora sem passado, sem futuro
De presente;
Com vontade e sofreguidão
Sou gente! Já livre. Transparente...

E se quiseres, caro leitor,
Ver meu retrato/pintura, "enquadrada" em quaisquer molduras
Será perda de tempo...
Ao me ler enxergarás espelhos!

"Olhando" pra ti vai ver a mim,
Se minhas palavras trouxerem à tona algum tempo esquecido do seu hoje "perdido"...
Eis que é tempo de sermos nós mesmos!
Menos imagens. Mais sentidos! Sentidos!!

O Meu Auto-Retrato é mais desconcertante
Que Guernica,
Mais pertubador que o Teto da Capela Sistina
Antes que os panos cobrissem "vergonhas"...

E ainda assim,
Imagens que me trazem de volta ao meu eu.
Como meus versos haverão de trazer
Algum traço esquecido pelo pintor, chamado seu eu.

Ora...
Aí já partiríamos pra biografia.
E eu por hora, reles poesia...
Adeus.

???
Da Vinci já? "Morreu"???
É XXI que diz
Não olhe pra fora; "pinte" o seu EU!

Quem sabe assim
Iremos além das Imagens
E seremos A Imagem,
Semelhança de Deus.

Quando não formos pra fora
Mas sim retorno pra nostra alma!
Não o mero retrato,
Quero o retorno pra minha "casa"!!

Versos longos
Não me dizem tudo...
E se dizem "quase" nada eis a chave do lar!
Por hora, até outra hora...

EX-tradas já não levam a nada,
Mas o auto-conhecimento
É a chave
Que haverá de DERRUBAR muralhas."

(Por Carmen Ligia, 19 fev 2012).

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Os versos que quero deixar (Por Carmen Ligia)


"O tempo escorre...
Flores multicores e rosas violetas que não vi,
A alegria da transmutação,
O ode, o delírio, e a continuação.

Quero deixar ao mundo
Os versos de todos desconexos,
Mas ainda sentidos,
E com sentido pra quem vê além dos antagonismos.

Me deixo,
A serragem baixa da grama dourada,
O gosto do amor que morreu
E ainda amor, porque não teve um fim coeso.

Vejo as ilhas porque nós vamos
Em nossos desertos e desenganos,
Mas em outros planos
Raios de sol, raios de amor fraternal...

A família, a lida e o sentido sempre mudado
Porque na rotina mora o pecado,
Na noite mora meu ocaso
E no acaso, minha ressurreição.

Vejo os vasos de vinho do sangue que brota nos olhos...
Olhos que só conseguem absorver o diluído momento das idades passadas:
Mas eu vejo alma,
Sempre renovada, sempre sonhadora, e realizada.

Ainda que persiga a linha que todos almejam,
Que é ter um carro e uma casa pra chamar de minha,
Quero deixar meus melhores versos,
Mas para isso clamo novos dias.

Vem os passos sem som
E eu que vou dormir o sono de quem quer levantar
Pra realizar, pra tentar, pra quem sabe amar?
Quiçá...

Rosas violetas não verei,
Ou um mar cor de céu neste plano,
Mas os véus não me impedem
De desfrutar mel: como é saboroso vivenciar, e continuar acreditando.

O mar! De cor turva
A noite: ainda escura.
O amor que é eterno,
E a dor, porque ainda assim me elevo: enfim desperto!"

(Carmen Ligia, em 16 de fev 2012).

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Vá além de ti, mulher! (Por Carmen Ligia)

O quê de poeta frustrada,
Uma alma, sem alma.
Uma família, sufoco e descaso,
E um abraço: só queria um abraço.

Uma mão que se impusesse mais forte que meu desencontro diário.
Uma mão que me soerguesse destes dias-temporal...
Uma mão que acarinhasse meu rosto, em rio
E que me desse o sorriso, dos inocentes.

Uma mão que passasse de leve nas feridas
Apenas pra lembrar que elas cicatrizam...
Um ouvido que entedesse o que eu digo
E fosse além destas rimadas palavras.

Meu diário é minha vida exposta,
É minha alma morta
E o apoio que falta nos meus...
O sangue é enganador, e a família é meu trauma inconfesso.


Renego. Renego estes dias por acreditar em um sol de todo violeta,
Que aponta transmutação, perdão. Indo além de mim mesma.
Ver que as marcas que estão presentes, fazendo a dor tão intensa
São os versos que descortino, porque acredito em uma vida inteira...

As histórias que perpassam, e que cruzam a linha de chegada.
A noite que é ocaso, e meu retorno pra casa.
E a vida, que vejo brilhante, amor e fé
São por estas coisas que digo: Vá além de ti, mulher!
(Por Carmen Ligia, em 08 de fev/2012).

Stop Escroto! (Por Carmen Ligia).

Stop escroto:
Esgoto!
Sujeira e desvairio...
O VAZIO
Esvazio.
Coloco ponto
E é final.
De anormal já basta o estado das coisas
Diárias.
Prefiro a terra árida da solidão
Que as mazelas de Sodoma.
Vai-se cruz invertida...
Quero a vida!
Algum respirar de paz e ar silenciador,
Que ressignifique os dias esfacelados:
Só um sincero abraço.
Os lençóis de nós
De perfídia, de tiranias cínicas
Não me servem porque sigo estrelas
Ainda que já mortas.
As estrelas são os caminhos de pedras
Que ferem e me elevam...
Pra ver esta realidade ridícula
E a companhia carcomida do seu toque, sem som.
Quero o amor...
Destes que simplesmente calam e pegam na mão.
Não mais os desejos envenenantes que não resolvem a grande questão.
Mais um dia de horror, desamor? Não.
Não parei em sua contramão.
Peguei o barco errado
E me jogo no oceano da solidão:
Melhor que ilhas de ilusão!
(Por Carmen Ligia, em 08/02/12).

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Só se for verdadeira... (Por Carmen Ligia)

Se és verdadeira, te darei lua cheia
Mas se és fantasia, vai-se como o vento...
Se és verdadeira, te darei noite mansa,
Mas se fores mentira, contigo não dancarei ciranda.

Se és verdadeira, pra que distância e céus em transe?
Se não se aproxima, se distancia do meu peito.
Fica como confete ao chão, e em meu ser não faz nação
Porque peciso de verdade sacramentada, com beijos e corpos enlaçados...

Vejo o tempo desfazer esta quase ilusão,
Porque acredito e não vejo ações concretizadas,
Vejo a gente passando, como o gelo a se derreter,
Mas esta água não limpa meus olhos, entristecidos.

Sou seu sem ter sua concretude
E esta internet confude o que seria...
Fico a pensar, se fosses verdadeira
Estaria ao meu lado, e seríamos alegrias:

Em gozo de amor que desconheçe distância
E calaria em seu colo, aspirando seu melhor sentido,
Na Internet somos estes amigos
Que passam, e preciso de uma verdade inteira

Senão seremos apenas,
Conhecidos...
E eu quero lua cheia,
Em meus braços, em meu laço...

Jardim florido
De campos perfumados
E na distância,
Apenas fim de caso.