quarta-feira, 27 de junho de 2012

(...) a dor e a rendição...

Às vezes as lágrimas são rios densos que escorrem em minha face
Revelando as mágoas ainda vivas...
Peço perdão pelo passado,
Sigo porque preciso reagir, sorguer-me através da lama...

Seria muito fácil desistir...
O ser disforme (sem FORMA), mas confiante no porvir
Acredita em rosas e outras primaveras,
Aceita a minha imperfeição indo através do olhar do estranho: o estranho que plaina no ninho...

Não estou mais buscando sua avaliação,
Mas ainda dói os julgamentos e a condenação.
Não sou revoltada, porque perdoo o frio da madrugada e quero seguir,
E ai de mim... Faço o possível para sorrir!

Não sou despossuída, possuo a minha alma
E atravesso os espinhos sem armaduras;
Choro a verdade crua, choro a ferida ainda aberta,
E a deserta estrada do seu pulsar de palavras: cortante, me colocando como migalhas...

Como se dissesse aos demais errantes
Da prole desunida:
Se mirem nesse caos que anda,
Para não ficarem tão decadentes quanto esta menina!

E assim, sou o espelho rachado tal imagem distorcida,
Um exemplo que passa como que a dizer
Nas legendas garrafais desse filme de terror:
Se mirem nessa errante, para não passarem a ter essa vida de dissabor!

Crescer é muito mais que seguir para uma casa;
Tem mais a ver com auto estima
Auto suficiência!
Não permitir que um ser errante ainda que tenha lhe parido

Aponte os dedos para seu ser, ainda que distorcido,
Porque os dedos dela são sujos de tinta!
E as lágrimas causadas nessa quarta...
Só quis vir ao curso, e seguir um curso normal em minha vida.

Dar o que não tenho... E das palavras comparativas
Pra dizer não culpe a outrem
Se teve seus erros para comigo...
Não é autopiedade; é a sinceridade, e essa dói mais em mim.

Seguir!
Esperava que ela dissesse, apesar de...
Sua irmã é superação!!
Mas pareço o monstro gordo e disforme

Sem possibilidades, sem perspectivas.
Acusada por outrora
Ainda que encare com coragem cada novo dia:
Ela e seu sofá depressivo...

Eu?
A certeza que o passado só passa com o real afastamento
Onde não provamos nem queremos ser O exemplo.
Somos apenas o vento e também o tempo, que explica o porque de tanto sofrimento.

Não a boneca que eles visualizaram.
Não a pessoa independente que começo a ser.
Nada para lhes oferecer,
Mas preciso é seguir, porque por aí haverão de me ver:

"Fofa" mas autêntica.
Varorizada pelo que sou!
Não um fantoche nesse teatro de horror.
O inferno já passou...

O inverno vai passar...
A lua inteira a banhar meu mar.
Mais perdão, transmutação;
Até a dor é para mim inspiração

Pra dizer não veja o que aparento
Porque essa carcaça poderá não lhe agradar,
Mas veja que a barata resistirá se houver uma guerra nuclear
E meus momentos de hecatombe, superei!

Superei porque já tenho meu lar
E não preciso ser humilhada, ouvir batatas...
Os cegos do castelo ainda cegos
E eu tenho que me valorizar e seguir a longa estrada.

Porque depois de tudo que passou,
Das dores, dos tremores e de tanto horror
Ainda pessoas (tantas) a me admirar
E a dizer: Vá além, e deixe estar...

Porque o tempo cura a dor
E a gravidade atinge a todos mais cedo ou mais tarde.
Mas o seu dom, o seu tom, sua mensagem
É luz e miragem, e os irmãos de luz sempre ao seu lado a dizer:

Creia e não se abata,
Ânimo, fé e coragem!
Porque mais cedo, ou até mais tarde
Provará não aos seus familiares, mas a si mesma

Que fortaleza
É quem acredita na vida
E faz da dor a razão para um novo dia
E cala àqueles que não fazem nada, mas invejam sua valentia,

Porque tu poeta que não usa máscara,
Porque tu a imensidão de quem vai além da muralha...
E esses sempre serão apontados
Porque tem coragem de sair da caverna e ver o ocaso

Mas de um simples caso triste caso,
Fazem a vida emergir com novos significados,
E entendem a razão de estar nesse plano, com esse fundo de pano
Como roteiro em seu teatro.

Ver que missão
Não é omissão.
É renúncia e muitas vezes o real afastamento
Porque amadurecimento muitas vezes vem com ruptura de laços:

Crescer dá trabalho?
Mas não é melhor que lágrimas, dor, se sentir inferior
E cheia das mágoas do passado?
Hora de crescer é hora de encerrar um conto

Para poder escrever um romance pleno de significados.
Onde o perdão vem com o crescimento.
E pra que visita, se só tu visitas e (ainda) não recebe a retribuição?
Cresça poeta! Que seu sim seja sim, e seu não seja de facto não.

E para tanto
É preciso sair do engano, e parar com qualquer comparação.
Cada qual com sua colheita
E está na hora de plantar noutro terreno, e apenas colherá em outra estação...

E nessa hora, porvir, aurora,
Se ela ver sua alma e não seu corpo ou sua conta bancária,
Saberás que houve uma rendição...
Senão siga perdoe e entenda: O tempo de Deus tem outra significação...


domingo, 3 de junho de 2012

Os desafios da profissão (Por Carmen Ligia)

Os desafios da profissão (Por Carmen Ligia)

Estava em minha sala de aula (ensinando história), e falei aos meus alunos que escrevo poesias, e sobre a existência dessa blog (28 de maio último). Aí uma das minhas alunas lançou um desafio: "_ Então escreva uma poesia AGORA!" Perguntei-lhe: "_ Você quer que eu escreva sobre o quê?" A discente disse-nos: "Os alunos!"
Então, peguei a caneta e coloquei na lousa o seguintes versos...

"Os alunos sonhadores:
Que migram, sacrificam-se,
Choram e persistem;
Jamais desistem!
Eis o sonho,
Eis o homem,
Eis a LIDA!"

Bemmm, desafios? A-do-ro... E em se tratando de poesias: Maravilha!!!