sábado, 23 de março de 2013

"Carcereiro Mestre: Um Conto-Poesia para encontrar a vida - Parte III"

Obs.: Itálico: Mestre



Mestre, por favor não me abandone
Preciso saber que rota pegar...
Não me deixe nesse frio desconcertante
Porque outra madrugada eu não poderia suportar!

Ele ri alto em minha cara,
Como me desafiando para me inspirar rebeldia...
Ou algum tipo de ira que inflame minha passividade
Ou me acorde pra vida que é real.

Parta...!
Na estrada do lago-sul
Procure um Srº chamado Tzu
Ele lhe dirá o que precisas saber

Porque quando chega a hora
O verdadeiro Mestre
Tem que aparecer.
Temer, pra quê?

Como assim, seu asqueroso ser das trevas?
Me jogue na relva, na lama
Me deixe aos insetos ou me entregue aos leões...
Ou simplesmente me corte a garganta...

Por favor,
Faça meu sangue jorrar
Porque a mais dolorosa e demorada morte
Não doerá tanto quanto ter que lhe deixar!

Deixa de ser tola, deixa de ser servil
Não vês que perco a última gota de respeito
Que ainda tenho por você?
Quanto mais chora, mais implora e se submete

Sinto o quanto és tal um verme
Que não me causa repulsão
Nem qualquer atração:
Apenas indiferença, pena, que é o pior dos sentimentos!!

Não. não...
Tenha pena de mim,
Ria de mim,
Cuspa no meu rosto de iniquidades

Já não valho a lama que cobre sua bota
Que o Diabo mandaria que fosse lambida,
Ou qual Jesus,
Que teve àquela rapariga a lhe banhar os pés com perfume

Por favor, por Deus, pelos céus
Pelas trevas, pelo que você acreditar
Não podes me deixar:
Eu seco seus pés com minhas lágrimas,

Que é um tipo de perfume que sobe aos céus
Como uma súplica tão intensa...
A súplica de quem é submissa
E por amor perdeu a vida e a alma: tudo em suas mãos...

Não sei se tenho por ti mais pena
Nojo ou acho tola sua desgraça...
Não te quero, voltarei para cuidar dos outros encarcerados
Porque você está liberta. Nada foi por acaso.

O rei mandou lhe informar...
Que eu tenho que lhe libertar!
Sua luz foi iluminando meu viver
E é nas trevas que devo permanecer...

Não, por favor não!!
Eu fico com você no calabouço
Eu desisto dos meus sonhos para viver seu pesadelo
Mas me acorrente. Ponha algemas em meus sonhos pueris. Me deixe aqui.

Vá embora!
Não posso te ter.
Procure o Mestre porque sou apenas um carcereiro.
Deus te deu a liberdade: "já vai tarde". Não podes permancer.

Céu e fel não se dão as mãos,
Porque se viveste no inferno foi apenas rendição para sua alma
Sua teimosia, sua burrice, não ofuscaram seu caminho.
Se desviou da rota: mas niguém foge do destino!

Não não...
Não me deixe, não.
Veja minhas lágrimas de sangue em profusão
Não feche esse portão, me dê sua mão!!

Acabou!
Vou para minha vida-morte
E você ressurge para a vida:
Siga o sul e escute o Tzu, porque ele vai te dar algumas pistas...

Não quero pistas, não tenho vida
Você é minha vida:
Minha simbiose é perfeita com você, meu carcereiro
Oh meu grande amor...

Fui seu torpor, sua dor
Sua espada, ferro em brasa
Sobre sua pele clara e límpida...
Porém quem nasce pra seguir estrelas não fica desprotegida...

Seu algoz foi sua covardia,
Seu medo, sua hipocrisia,
Seu sensualismo roto,
Sua tirania contra sua alma violeta,

Mas o negro dos meus anéis
E de todo o conhecimento, dinheiro
E energia que de ti pude sugar
Vai ser minha assinatura de desventura quando o grande dia chegar,

E cansei de sua áurea reluzente
E dos seus dentes risonhos
De esperança que não morre jamais.
Vai vai... Não te quero mais.

Por favor. Me queira sua escrava!
Te dou minha alma...

Não quero nada
Porque não tenho alma mais...

segunda-feira, 18 de março de 2013

Poesia anterior em power point...

Minha esperança tocando seu sonho, e te clamo pra vida!!! (Por Carmen Ligia)

De saudades: saudações!

Te toco com meu olhar,
Febril.
Sinto seu corpo corresponder aos meus apelos,
Sutis.

Não é estremecimento,
Devassidão.
É apensas um entendimento que se rende no ar,
Mergulhado em algum perfume, almíscar, passagem para dias reais!

Sigo.
De tanto procurar, chorar, me dar, me perder, perder,
Lembrar que um dia perdi você:
Pra vida que poderia ser desfrutada, merecida!

Mas a Terra, momentos de terra tenra,
De condições desfavoráveis,
De juventude tão fragilizada,
'Sem eira, nem beira', seguimos por outras estradas.

Mas hoje te vejo, tão meu tão só. Tão Sol,
Ainda que eclipsado pelas dores do passado ainda vivo.
Sinta meu abraço e deixa que ele penetre seus espaços contidos.
Deixa eu sorver sua madrugada fria...

Deixa eu sentir sua dor,
Ver sua alma,
Lavar seu ser com minha esperança naufragada
Mas viva, respirando os ares de novos tempos.

Deixa eu te ver como tu és,
Na imensidão da tua dor,
Na incompreensão da sua mente em relação a sua emoção.
Deixa eu te dar a mão!! Dancemos de forma lenta, quase parando...

Sentirei seu perfume,
E seu cheiro de saudade.
Seu beijo que não se perdeu no tempo,
Mas às vezes como lembrança pueril me invade.

Me invade a alma, me desconcerta
Me acerta, me paralisa, e abraço seu corpo
Sem querer soltar... Sem querer dizer palavra.
Antes fazer palavra: Em beijos, em corpos purificados pelo êxtase sagrado...

Amores sem dores, sem pecados
Eis nossas almas que se procuram para dar alento e forças ao amor de sempre e tanto...
Tamanho nossos desenganos, nossas guerras perdidas;
Se de mais amor, hoje sua dor, e estou aqui, submissa

Só pra dizer
Não deixa eu de novo te perder!
Dá apenas uma chance, preciso te/me ajudar.
Se amanhã, seu rio não passar no meu mar, levarás meu olhar

Mas com certeza,
A certeza, que ao menos eu tentei, (dessa vez realmente tentei te amar!)
E estou aqui para te ajudar
Ainda como amiga, ou o que Deus nos revelar...

Deixa eu te dar flores,
Amizade, sorriso e abraços do fundo do meu coração.
Meu amigo, meu amor, meu irmão,
Te darei minha força porque acredito em sua recuperação.

(De Carmen Ligia...).