sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Porque é o fim. (Por Carmen Ligia)

Ver que acabou bastaria...
O café que não tem mais sabor.
A vida que precisa de ressignificações
E sua presença fria, nessa solidão acompanhada.

Ver que noite fria se faz,
É ver bem mais, além do mar...
É sentar na fria convicção do que é concreto
E ver que amor já não é, e não sei por quantos dias o foi...

Precisaria te dizer que só bastaria uma palavra,
Um carinho, uma atenção amena.
Ligar e me dizer, como vai você?
Eu não sei de mim, mas sei que nada pode vir de você.

Busco uma saída mais próxima da porta do esquecimento,
Porque preciso cuidar de mim mesma,
Aprender que de amores pequenos, que nunca existiram
Foi só ilusão, quis tanto sua companhia.

A sua amizade, um ouvido que me ouvisse
Mas esse ouvido, não retêm quem sou...
Só vejo mais e mais momentos de um torpor vago,
Não é amor, é só fim de caso.

Me embaraço, e dói ver que não partiu
Ainda não.
Mas o que dói mais é ver que não és inteiro,
E de migalhas já não consigo.

Eu resisto. Em nome de um amor às avessas,
Sem abraço, sem beijo, e sem nenhuma fortaleza,
E das ilusões débeis que acredito, que tanto li, e até escrevi...
Nada igual a mentira sem sal ao lado seu.

Meu adeus é assim... Só pra mim.
Na verdade, não estou em sua vida,
Dois anos se passaram tão rápido,
Mas pergunto, o que ficou?

A minha vida e seus escombros,
Meus pequenos ensaios, meus ínfimos recomeços,
E a certeza que se nada certo
Pra que continuar?

Não quero isso que vivemos,
Em encontros às escuras
Sem verdade que me eleve,
Sem beijos, sem cinema, sem ilusão.

E a maior ilusão, é só o engano,
Em achar que vale postergar nosso fim, um fim em definitivo
Porque nem sequer somos reais amigos,
Se não me liga, para perguntar sequer como estou...

Mas eu vou.
Ficando não retenho nada.
Preciso de um verdadeiro amor,
E cansei dessa piada, sem graça.