Um não sei quê de mais idílios, os poetas estão, procurando...
Um sentido pra viver, muitos nas drogas, ou nos remédios.
Sair da dor profunda, que é o viver, com seus mistérios...
E na noite, cintilante, se vão os errantes, em busca de um colorido,
Um quê de magia; a vida, tão enfadonha, rotineira...
Os boêmios vão aos bares, com seus convites, e deslizes,
E viver com dignidade... O que é digno, o que é certo? Talvez a mesmice!
Decerto, todos com suas fulgas, e seus sacrilégios!
A moça de saia curta, e bolsa na mão.
A moça, que não é 'moça', com vaidades e omissão,
Que é seletiva em suas 'escolhas', mas precisa dos olhares, de popularidade,
de exibição.
Ai daquele que vive a vida, "correta", acorda cedo e paga a faculdade do filho,
Mas fala absurdos, dos filhos dos vizinhos.
E trata sua esposa, como lixo, mera empregada,
Mas quem sou eu pra dizer o que é certo, nos caminhos tortuosos da estrada...
Falar da vizinha, que é avó e faz os seus netos chorarem por todo o dia?
Ou da tia, que carrega um enorme rosário nas mãos, e não visita a sobrinha, que está com depressão?
Ou da outra tia que, para se sentir melhor, aponta seus defeitos?
Ou olhar pela janela, o tédio, desta cidade e seus preconceitos?
Deveras, viver na cidade grande é não falar com a maior parte dos seus semelhantes...
Cada um na sua aventura errante, acumulando mais e mais dinheiro,
E o que eu busco, não é o que vejo.
Não me chame idealista, ou inconformada; alguns fingem não olhar, o mundo e seus desafios imensos...
E ao olhar, o mundo que construímos
Acredito em rosas, sem espinhos...
Mas como acordar, do pesadelo que eu mesma criei?
Como sair de mim? Não sei, não sei...
E olhar o mundo de modo diferente
É utopia, loucura ou fanatismo religioso?
E cada qual vai colocando a culpa
Na política, na juventude, no cônjuge, sempre no outro...
E quem faz sua parte?
Aquele que vive alegre, e luta, pra ser dignidade?
Aquele que constrói sonhos, ou cultiva belo jardim?
Ai de mim; são pobres, artistas, ou filósofos; porque a regra, é um mundo caótico, construindo seu próprio fim!
Na pobreza, humildade, vejo GENTE, que faz a sua parte.
Nos artistas, vejo irrealidade, ou seria a verdade crua? Estes tentam ver/viver outra realidade, ainda que pareça absurda!
E filósofos, os que pensam, passam, e dizem o que sentem.
Bem, estas categorias, são apontadas como utopia, e ficam apartadas neste sistema segregacionista e indecente!
E o mundo, com suas insanas buscas
Por dinheiro, sucesso, e beleza;
Pelo efêmero, o controverso, a distorcida aventura...
Fizeram um mundo de loucos, mas apontam seus dedos para os outros, com covardia, construindo um mundo de torturas!
E se o mundo é o caos, depende do olhar
E quero acreditar em vida, renascimento, pássaros e alguns contratempos, mas quero amar!
Quero ir, além da realidade deprimente
Quero flores, não mais serpentes; não deixar morrer a esperança!
E vou; com minha fantasia em crer no amor
Na vida em que eu possa ser, verdadeiramente, quem sou;
Não sou louca, depressiva, ou controversa.
Sou magia, sou quimera; sou poeta!
(Carmen Vila Nova).
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