domingo, 29 de janeiro de 2012

Quimera... (Por Carmen Ligia)


Acendi o incenso canceroso.
Apaguei o sonho.
Viver nestes dias é assim...
Ser e ainda ser, na dualidade das dificuldades de Quimera...


"Quimera era a menina mais linda da cidade,
Dançava com quadris cadenciados ao som da fogueira,
Uma boca de lua escarlate, inteira,
E alma exposta, tal ressasca de segunda feira...


Quimera era a ilusão que o Tédio ambiciava,
Desejando-lhe cada segundo de longa eternidade,
Abafava seus gemidos de indecisão,
Acorrentava seus pés, para não voar pássaro de fé.


Ela me quer, pensara o normativo Tédio debilitado,
Com seus casulos de prisões antigas,
Com suas disciplinas salutares
Que sufocam pra oferecer depressão, mas ainda continuação.


Mas pra quê viver mais segundos de noção carcomida,
Sem reis e réis, a vida é sonho que exala sexualidade,
Transbordando a cama, indo para além do mar
E puxando um cobertor de estrelas, que é melhor que o Sol a asfixiar.


Bela ilusão: para o tolo a Esfera (ex-fera Terra),
Para o lobo a sistemática do coeso...
Para o Poeta oS universoS em seus DEScontextos,
Sem limite, dançando purificadora um novo momento...


Se ainda der tempo
Sou Vento
E se não der...
Sou o tempo!"


(Carmen Ligia)

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