sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Sexta feira 13 = os amores de terror, não mais! (Poesia por Carmen Ligia Vila Nova)


"Meu 'amor', não precisa ficar porque sua covardia me atrapalha...
Seus beijos peçonhetos,
Seu sorriso esquisito,
Seus poucos amigos,
Falsos amigos...

Não teria coragem de dormir e acordar, contigo...
Acordaria de mal, comigo!
Ver seu olhar grande, dá nojo sua cegueira,
A contemplar minha intimidade
Numa invasão de privacidade!

Sou seu oposto e aposto que os fantasmas reaparecem...
Nossas dívidas antigas poderão não ser liquidadas,
Mas não serão acrescidas de mais juros e desacertos...
Vejo seu semblante asqueroso e detesto esta sua companhia pérfida,
Seu sorriso de canto, e de manso não tens nada!
A febre e o demônio de sensualismo piegas,
Que acende uma vela, mas não é brasa a me aquecer pela estrada...

Qual o carinho que sentes por mim?
Qual o gesto delicado que amansa meu ser vulcanizado?
A erupção que excede em seus desejos destoantes
Não soam romances, mas alimenta um ira quente, vontade
ardente de te dizer, v s f!

Não me complementas com seu cinismo
Atrapalhando meus dias de compromisso,
Que busco melhorias, labuta de cada dia:
Me dás um asco...

Em vez de ser minha confortante sombra
Me enerva tal mormaço,
Acelera meu pulso
E minha voz sai grosseira,
Me prendendo pra não te dizer a verdade de vidas inteiras,
Em que pude estar ao lado de um conformismo iludido,
Dando a mão a quem julguei amigo,
E só me considerou segundos excepcionais,
Pelo torpor de momentos sensuais...

Não mais!
Lembro de você,
Como o karma a me perseguir,
E eu que continuo a orar
Nestas noites,
Por ti, e por mim!

Dai o Senhor paz em teu caminho,
E não me deixes em qualquer encruzilhada,
Achando que na busca de misteriosos feitiços
Me farei tua amada:
Sangue de Jesus a me livrar do terror do seu desamor,
Do seu torpor enganador que não me acrescenta nada!

Você é o fim de uma página,
E já escrevi até na capa,
Não havendo mais espaço pra você
Nas linhas do meu viver.
Já tenho meus contratempos!
Que Deus cuide de você.

Haverá de passar esta ansiedade mórbida
De lhe dizer que me enganei com você,
Mas comigo, não me enganarei jamais!
Haverá nestes dias
O fim que se inicia,
Em minha busca de calma,
Amor,
Paz...

Você?!
Não mais,
A me causar precipitação,
Atrasando minha vida,
Minha preemente lida
No urgente encontro com meu eu;
Que hoje jaz dilacerado,
Amanhã haverá de estar reconstruído,
Sem crer nas vezes dos falsos amigos,
Dos desejos escrotos
No esgoto que ressurgem animais.

Esta borboleta haverá de sair deste casulo!
Ser lagarta não me satisfaz."

(Carmen Ligia, em 13 de janeiro de 2012).

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