segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

A Poesia sobrevive - eis quem somos, ou poderemos vir a SER! (Por Carmen Ligia, Parte I e II)


"I- Me contaram que a poesia estava sendo velada...
Disse, não tem como pois a poesia é eterna.
A fera que D'os Anjos alertou,
Matou a poesia que falava, de amor...

Que farei sem os versos meus descompassados,
Da alegria de falar dos meus sublimes pecados,
Da dor da ilusão da Terra que está em transe,
No ano do apocalíptico recomeçar, logo agora a poesia quer me deixar?

Não sou eu, que corre pastagens ralas de amores serenados,
O meu amor de tão intenso lembra o Tempo dos Macacos,
Pulando, sem razão que possa equacionar,
Mas sentimento, não poderia quantificar...

Volto além, do Tempo gélido das eras glaciais,
Meu amor, permanece congelado esperando "ais",
Da alma da poesia do mundo, que está ressuscitando,
Pra acordar os azuis, os coloridos, não mais negros, amarelos e brancos!

Sou eu, que estou insone, dormindo inconstante,
Querendo ver além da janela, meus olhos em transe,
Não consigo levantar e nadar, me levar pela corrente,
Acorrentada estou, quero vingar tal semente...

II -

Fui lá, ver o velório dos meus dias que me puxaram para o alto,
Mesmo quando meu corpo, estranhamente morto e pesado,
O fardo, agora não pode ser mais fado,
E o funk, dizendo foda-se mundo desalmado!!

Cadê, a esfera dos porquês,
Que não servem pra me dizer o quê?
Ou quais, labirintos tão iguais,
Eu quero ver ressurgir os animais.

As feras, mortas por aparentes feras
E voltam, pra dar o seu recado,
O troco não é 0,50 centavos de big big,
Mas o novo crash do Grande Estado...

A ordem já vem subvertida,
A nova ordem no testamento antigo vem descrita,
E eu pergunto, cadê a Poesia?
Preciso de você, pra valer este meu dia...

Ela sussurra, eu sobreviverei
Vocês, eu não sei...
Rotulam os empréstimos do Sistema
Mas não escutam que deste jeito vão sair de cena...

Eu sei! Um ano-mutação
Mas ouço: é o ano revolução!
Dos irmãos, muitos não vão se dar a mão,
Mas tudo assim, mais ou menos por aqui.

A poesia, esta não morreria
Mas a vida, esta está para nascer!
Eu percebo cinzas lá encima
E aqui, vale das água-guias,

Pra mostrar a lavagem de novos tempos,
Escusos, temperados e purulentos,
Mas o ano não é de assombrar,
Cada um que responda pelo que faltar...

Ou deixou de fazer,
Se te dei a poesia não pergunte porquê,
Saia desta cena, pára de viver de papéis instáveis e viva sua vida,
Seja grande sendo pequena, assim serás a própria poesia: adeus nostalgias..."

(Por Carmen Ligia, em 09 de janeiro de 2012)...

Nenhum comentário:

Postar um comentário