
"Lá de fora vem um vento frio.
Estou só.
E ainda só, me sinto bem assim mesmo...
Não estou aqui querendo fazer A poesia!
Talvez apoesia,
Que desfigure o sentido coeso e bonitinho:
Quero versos de rima e vento forte,
Mais norte,
Mas bússola
Eu não tenho.
Sinto por estar com frio em noite quente de janeiro.
Sinto pelo vazio que me conforta, e me sinto bem assim mesmo!
Mistura de estranhamento, uma paz que não poderia explicar, por hora...
Mas ainda que entregue ao meu oceano de dúvidas,
O que meu coração pede é, vá embora!
Não fique pensando que alguém há de lembrar, qualquer dia...
Se nasceu pra ser mar,
Não dá pra ser mais uma ilha.
Cuido deles e dou uns palpites piegas...
Bem, vários palpites sem pé nem cabeça,
Porque não dá pra ser razão
Se vim toda emoção...
Não dá pra cuidar se nem pari o meu!
Tenho que dar adeus,
Este mundo sei que não é o meu.
Preciso buscar, o sentido,
Ir além dos meus rasos abismos,
E descortinar a janela de quem eu sou:
Poeta! Quimera! Eu vôo...
Me espera que eu vou.
(Por Carmen Ligia, em 14 jan 2012).
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