quarta-feira, 1 de maio de 2013

Ensaio para um romance: Diálogo de Surdos - Partes I e II (Por Carmen Ligia)

_ Devo publicar o que vêm dentro, relatos de agora-outrora?
Sim, sempre é hora...
_ Mas que hora?
Hora de ser serpente...
_Serpente? Que figura ou que simbologia detrás de uma máscara fria de respostas de um desconhecido ser, que sequer vejo, sinto... Calo?
Haverás um dia em que a publicação chegará em sua mão. Não percebes?
_ Sorrio diante da visão... Então o escrito é a viagem ao que fui?
Sim. Os que deverão vir chegarão ao templo...
_ Mas como eles haverão de saber?
Questão de tempo.

Assim, despedi-me do Há, e fui orar por um novo recomeçar...

Parte I

A busca

Quando à pouco começo a leitura do livro vermelho, coisas faiscantes, e revelações deslumbrantes se fiam ao meu derredor. Sinto pêlos eriçados, sinto mente aguçada, e não há mais temor. Não pedi a Deus provas da coerência de um incoerente romance bestial... Besta! Por ser assim, sem pé nem cabeça; sem pé que se firme em dogmas ou teorias balizadas pela sacrossanta ciência, e sem cabeça, que não reitera a razão das ex-feras presentes no círculo mágico. Então vejo um quadrado: Eis o meu retrato.

Não é um espelho, tampouco um quadro que não permita a fuga, porque não é preciso partir. É preciso rir, e ir. Paris? Par - is. Pais. Ais. Haverá sentido em um monossílado? Há sentido no Om centralístico? Há mundos difusos e passagens já compradas. Há uma estrada que é única; há uma passagem que está carimbada. Já tiraste seu passaport? Ilusão? Fascinação? Fazei que a ajuda já é parcela paga... Sem juros porque não haverão muralhas. Sem mordaças pois não haverão segredos. Sem mistérios porque quebraste a barreira do medo!

Chamaste, e estou aqui... _ Quem és vós? Uma voz inaudível? Um singelo tormento.
Eu sou o vento. Eu sou o tempo. Eu sou eterno. Eu sou o recomeço. Eu sou austero. Eu sou tremendo. Eu sou poeta. Eu sou silêncio. Eu sou a fera; mas também sou pequeno. Eu sou seu ser, eu em você, você em meu peito...

_ Decerto!
O que pedi, mais cedo, quando a água vertia sobre esse corpo cansado que precisava de limpeza para vir subscrever, apenas um sentido do que há de se fazer...

Crer!
Aí me vem a revolta, retroceder? E o medo a me envolver, mas temer pra quê? Pra quem, se nada vai além do enredo pitoresco de um romance já acabado...
_ Quem sou eu?
Sabes quem é. E não sabes. Dúvidas que não lhe cabem respostas para essa questão obsoleta. Entenda... Segue!

Certo. Assim, retomo a questão. Ele me prometeste o pão, e a coesão com esse chão através de um rebento daqui a 4 estações... 33 e eis família? Sim, porque é preciso ser assim, na relação dialética entre ser e estar que há de resultar em pertencer para se doar. Pertencer a ordem iniciática para poder trasladar...

_ A ordem? Qual seja?
Magia branca, com certeza...

_ E tais teorias soltas qual um livro vermelho escrito por Jung, e tal...?
Bem mais banal... Um romance piegas que vale tanto e nem vale hum real... Porque és um romance da era virtual...
_ Normal!

Parte II

Para o encontro

Pedi alguma certeza apenas porque de tarefas hercúleas sem um real para pagar inscursões para o devir, haveriam de me render o pão, o chão, o teto para me aquecer...
Tolices... Onde comes não haverá de adoecer...

A visão, em plena ascensão, é de um tutor com vezes de amor, que seria um ser sagrado cruzando tempos e espaços, apenas para me proteger, me velar, e poder fornecer o provento dos dias que virão, os que vem primeiro. Esse ser foi o Caos.

_ O Caos?
Sim, o caos. Caos é o verbo que se fez carne, e através da carne, dá seguimento ao profundo entendimento de teorias subliminares, presentes em caixas de chocolates, mel e néctar, que através de leite, condensado, porém vigoroso, traz vida a vida que parece morta; são os filhos da clã de março...

Clã de março?
_ A clã de março são os seres hodiendos que na história da humanidade foram considerados hereges, seres perseguidos pelo brilhantismo de idéias, e ideais... Mas detalhadamento não diz o sistema do coeso, apenas traz o que vem bem mais.

De fato, o que vejo espaços naufragados, e a ridicularidade dessas palavras tão perdidas de um sentido mais paupável diante do cartesiano saber, e das leituras lineares de vir e viver o que tem de ser: acumular, procriar e morrer...

Para quê? Não haveria de ser... Bem mais além de mim ou de você; Deus que quer tranparecer no olhar perdido que um dia jogaste no lixo. Não haveria, se te faço crer, não em crenças mas nas aparências que mostram a verdadeira essência, de mim e de você: "E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará... Ninguem vai ao pai senão for por mim..." Por mim = você.

Vejo que sim. Passando aqui, qual escriba rebelde que não aprendeu a lição, que até foi usada por magos escuros de personalidade doentia... E nessa taquigrafia, ver que sou um instrumento apenas de passagem, de viagens, e que vai além do ser fantasia... Para quem mandar vossos escritos?

Decerto, para vossos amigos... As ordens que tratam de tratados específicos, como os sites que vem em livros... Porque o verdadeiro Mestre há de aparecer...

_ Qual seria o verdadeiro Mestre?
Você.

_ E qual é a menção dessa palavra que acabo de subscrever?
Enviaram alguns dolar para você. Porque és do lar, e quem és do lar é um bom filho que a casa torna... Torna: de transformai-vos pela sua transformação inteior, porque jaz o tempo ulterior...

_ Vir a ser.
Não: ser e vir: servir, e ir. Precisas arrumar malas, e partir. Conhecerás o mundo e reconhecerás sembalntes em tardes opacas, além do túmulo dos criadores que estão soltos por um mundo fantasioso, autárquico, por ser desprovido de aparências. Totalmente linear. Uma hierarquia subvertida, onde grãs Mestres haveriam de se reunir. Não é um salão, uma nação, uma Irmandade ou coleção. São cafés em fim de tarde, nessa ou noutra estação... Paris, Sena; Itália, com seus mecenas... Tóquio, com suas gueixas... E Flandres: com suas cortinas e ruínas...

_ Um diálogo de surdos, uma visão de cegos? Uma terapia para loucos?
Uma teoria de poucos...

Ler Jung, not. Please... Escrever Jung... Realize!

Parte III

O encontro com o velho sábio...
(Continua...)
Mais adiante
 passar Gatus-net... (os gatos da net...)

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