terça-feira, 17 de junho de 2014

16/10/2010... De Carmen Ligia



Era uma vez... menina
 "Havia uma menina à porta...  
Havia uma menina sentada
Havia uma menina rezando
Havia uma menina, sem graça.

Havia um quadro sem parede
Haviam cartas compartilhadas
Haviam amigos, havia música
Haviam sensações de desespero, mas alegrias n'alma.

Havia uma menina temerosa
Havia uma menina, sem chão
Havia uma menina na escola,
Havia esta menina acordando cedo, feliz com sua obrigação.

Haviam livros, e histórias
Havia clausura, mas vontade de viver;
Havia doçura, muitos sonhos
E tudo que existia, viria a fenecer...

Cartas guardadas
Amigos na lembrança,
Poucos livros à estante
E mazelas tamanhas.

Havia um tempo de esperança
Naquela menina que chorou sangue,
E não se vê mulher,
Vê-se sonânbula, em seu pesadelo constante.

Ela só quer acordar cedo
Descobrir um novo tempo,
Não da menina que se perdeu, em transe
Mas da vida que deve continuar, pulsante.

Em seu vale de dores
E seu ser inconstante
A mulher que restou, só quer levar
Seus passaos adiante...

Esquecer de lembrar que o mundo é dor
Lembrar que a vida são horas de um novo tempo,
E de todo contratempo, e ainda covardia
Existe sempre o sol lá fora, sempre se faz um novo dia.

Havia uma menina olhando através da janela,
Havia fé, e perseverança!
Ai do que se perdeu, criança
Ai do que nunca morre: esperança"!

Carmen Ligia Vila Nova,
em 16/10/2010.

Nenhum comentário:

Postar um comentário