sexta-feira, 12 de março de 2010

"Quando há perda, o homem vê catástrofe; para Deus, é colheita, reciclagem..." (Frase de Carmen Ligia, inspirada em palavras do amigo, Daniel)

"Quero escrever, não mais por mim ou por você
Pelo fato de possuir, uma vontade, mesmo necessidade,
De falar, como dedos que tocam uma música sem som
Mas que exprimem meu ser ambíguo, confuso, mergulhado em dor...

A dor de ser poeta desconhecida? Serei poeta que não amou, ainda?
Não; a dor de ser desconhecida de mim mesma...
A insanidade dos desejos irrealizados?
Poderia ter sido jornalista, ou inventar "uns causos"; me tornei um fiasco! Onde estará o ser amado?

E Jesus que 'ainda' não entendo, pois mesmo sendo Deus agia com total obediência.
Penso neste Deus que veio ser humano, assim demonstrando absoluta benignidade,
E quando meus nervos latejam, com vontade de sair de mim em busca de esquecimento através da incoerência,
Inocência perdida não é vivência, mesmo quando quero fugir das aparências; o encontro comigo e com o outro deve ser espiritual: a moldura não mostrará detalhes da real imagem, da verdade transcendental.

E Nazareno, corpo celeste, Divino exemplo
Que sendo Deus quis mostrar o prodígio de amar: pela fé ajudando o outro em um mundo sem sentido...
E eu cercada com minhas perguntas sem respostas
Em meu viver sem realização, como cego no "paraíso", pois meu consciente não interaje com o coletivo omisso.

O que vejo é poesia em meio ao caos
E todos concordam, acham que tudo lá fora é "normal"...
O metal que destila fúria, separação, privilégios
E eu me sinto um pária, em ter que ser sistema quando a visão que tenho do mundo é contrária; em meu delírio passageiro busco meu guerreiro, e meu retorno a minha morada!

Quando o corpo explode em meu sonho de ser escritora, e me vejo frustrada
E que uma faculdade me ensinaria a ser coerente, repetindo fórmulas para vender números
São os poemas que me elevam para quebrar correntes, me libertando do meu cativeiro
Pra em versos poder gritar, não quero ser robô! Quero ser gente, e conquistar o mundo inteiro, e quem sabe 'até' encontrar meu amor, derradeiro.

E a hora é de deixar ir, bem mais; o ex namorado partiu porque 'já' era a hora
A poesia acabando porque não tem sentido
Quero que Jesus traga logo quase "soninho",
E o esquecimento me traga a paz; ser rebelde sem causa, não mais...

E hoje meu último pedido ao Divino: quero escrever meu primeiro livro... com Deus, tudo
é possível."
Carmen Ligia
Madrugada de 12/março/2010

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