quarta-feira, 24 de novembro de 2010

VIDA-TEATRO [[Qualquer semelhança, seria mera coincidência?]]

Vai pelo amor que nunca teve

Fica com desejo que te perturba.

Vejo-me presa pelo laço do inimigo,

Propõe idílios, sem dizer palavra, tumultuando meus sentidos.



Meu sentimento é franco,

É fraco, é esquálido,

É veneno, é pouco

E de tão parco, talvez o maior que sentiu, a presença mais sublime

Desse tipo de amor que redime, sinto seu "pedido" e apresso minha partida;

Pede-me que fique, com 'olhinhos' meigos, disfarçados...

Já não posso ver sentido no seu corpo que foi torpor, mágico,

Ao qual chamaria de amor nesta vida-teatro; mero devaneio foi nosso ocaso.

Ora, não pense que sou poetisa tola, que joga cabelos pela janela, e sonhos na privada!

Chamaria amor, ou qualquer palavra suja, apenas pela maestria de quem precisa construir um enredo, não tola piada.

E no fim, do nosso começo, que não haverá jamais, vai cruzando meu passeio, remexe meu passado e seu gosto não sinto

O que sinto é latência, desconcerto, palavras que me faltam, e quando elas me faltam, eis a representação que ainda moras na saudade do que não fomos.

E foi-se, mas ficou aqui, memória de noite aterradora, com sentido desconexo; pulsar desconcertante do passado que mesmo agora, chego a tocar:

Uma noite chuvosa, vigorosa como seu ser ambíguo; tanto tinha a me dar, mas foi cruel

Esperava continuidade, eis o sabor do fel; o elixir de um encontro sem fim, infinito de nós dois, tola esperança

Teve que passar, mas ficaram lembranças...

E se foi, não ligou, não ficou, ou "só ficamos";

Iludido é o romance que não tem peso de amor, apenas tensão de corpos separados que eletricamente ainda se chamam,

Nestes esbarros na Academia, por acaso...

Para o desejo não há tempo, nem espaço!

Vai tolo menino, que não nos possibilita o que seria desfrute de noites infinitas

E pousa de flor em flor; um galho seco, em sua atmosfera árida

Seu ser só, que lembra meu íntimo sedento

E de nós, noite tempestuosa... Poucos segundos, tamanhos segredos.

Como 'andará' o sabor do seu beijo?

Por favor, não cante canções, mentiras ritmadas

Antes me envolva em silêncio, seja só a madrugada

E nós dois, ainda seremos? Ou somos linhas paralelas nesta vida-estrada?

Se ainda for o tempo de dizer, ainda há tempo...

Mas, para que o tempo

Se com você o tempo é inexistente?

Sem passado, futuro ou presente; promessas que não lhe cabem, enredo que até dispenso em nome da fantasia

Vem, então seremos

Apenas nós mesmos!

Você música, eu poesia;

Nostalgias?

Faremos sinfonias...

(Carmen Ligia Vila Nova).






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