sábado, 20 de novembro de 2010

Reivindicação em Audiovisual - por Carmen Ligia


Boa Tarde

Vídeo não se faz, apenas... Vídeo se sente.
Em dias exaustivos, sol a pino, luz que estoura,
ator profissional que trabalha sem um real...
Atriz que se encontra de última hora e se faz maestria;
estou falando de D. Francisca, que trabalha no Mercado
Albano Franco, que com desprendimento
tamanho, participou de uma montagem de vídeo
clipe... (Banda Ode ao Canalha)
Este foi o meu primeiro curso no NPD Orlando Vieira.

O NPDOV, em se falando de estrutura para se fazer um curso, que se propõe
público, gratuito e de
qualidade (misto de um investimento federal e de esfera local, ou seja, a prefeitura),
é, como quase todo serviço público do nosso país, um tanto quimérico, fantasioso.
Falta suporte. Cadê a Funcaju? Cadê a nossa prefeitura (de Aracaju)?

A verdade é que muitos tem interesse em se inserir neste meio, ou seja, o Audiovisual.
Posso falar meu exemplo, que sou estudante de História, e amante do Cinema.
Profissionais de variadas áreas, que concordam que a imagem é mais que tecnologia,
ou ferramenta; esta pode ser um ponto de convergência de discussões, teorias,
e que poderão ser sintetizadas com a 7ª Arte para
chegar a muitas pessoas, democratizando a arte, e os saberes. Cursos em Audiovisual
são muito bem vindos sim, obrigada.

O NPDOV, especificamente, tem pessoas dedicadas, que dão muito de si, e aqui, sem pessoalismos,
porém tenho que citar: a pessoa da Graziele, sempre tão preocupada em fazer de parcos
recursos, até de estrutura física, possibilidade de continuar tocando um sonho... Sim,
tenho de citar também o Renan, que fez daquele lugar seu lar, dada a dedicação de seu tempo,
e vida ao Núcleo.

Há de se pensar... Não, o NPDOV é recente. Ora,
profissionais de gabarito, especialistas premiados vem ao nosso estado dar curso
voltado a criação de curtas - a exemplo da equipe Kinoarte, de Londrina.
O curso de Realização em Audiovisual, foi um curso gratificante, estimulante.
Daqueles certificados que dá muita vontade de se colocar em moldura, para admirar,
e lembrar, da dedicação de uma equipe, e esforço desprendido.
Mas a verdade é que "Tira-se dinheiro do próprio bolso" para fazer um curta, já que não existe nenhuma ajuda, da esfera federal
ou local, para se financiar o filme (pasmén, é preciso bem mais que uma câmera na mão
para se fazer filmes - para esclarecer os políticos e poderes constituídos de plantão). Sem falar
no tempo... Em que se passa o dia inteiro em atividade, com filmagens, dorme-se meia noite
e acorda-se 3 da madrugada
para ir noutra locação. Por favor, Srº Edivaldo, merecemos um mínimo de respeito!

A Prefeitura se apodera de nosso suor, e enquanto aprendizes ganhamos apenas um papel - bem verdade,
talvez apenas para colocar-se em uma parede. Não é o que procuramos quando paramos tudo em uma semana,
a exemplo do curso de Realização em Áudio Visual. Procuramos sim, espaço, visibilidade, fomentar a
prática no audiovisual sergipano, e mostrar nosso trabalho, MOSTRAR, exibir nossos trabalhos. Pásmen, grandes
trabalhos que foram feitos no presente ano, ao qual tive privilégio de participar de dois. PRIVILÉGIO, apesar
do estranho amargor que é ver nosso esforço tão profícuo, tão COLABORATIVO se tranformar
em uma reuniãozinha informal, sem o devido noticiamento nos meios de comunicação, sem o respeito
a sociedade e aos profissionais que fazem audiovisual em nosso estado, que independente de estarem diretamente
ligados ao NPDOV, ou não, merecem ter eventos em pauta para ver os talentos, e belas iniciativas do meio.

Creio que o material que foi produzido no NPDOV mereceria apoio, uma estrutura maior
para mostra de filmes, e me aproprio do
dizer do colega Baruch, como se faz aos "Moto Fest da vida"! Precisamos criar uma cultura de
audiovisual em nosso estado. Estamos ainda dando os primeiros passos. Mas
não podemos permitir que a prefeitura e poderes constituídos se apoderem do nosso
trabalho, dos curtas e afins, e nos excluam do sistema, ou seja, fiquem com o
produto acabado, se promovam, e nos deixe de fora,
sem uma exposição séria, e de amplo alcançe, e sem
qualquer reconhecimento dos alunos envolvidos. Com uma mostra séria é que teremos
oportunidade de profissionalizar nossos saberes adquiridos no NPDOV, e noutros cursos.

Sabe-se que morrem pessoas diariamente por falta de estrutura hospitalar, em nosso estado.
Sabemos também que existem muitas necessidades para o erário público. Mas pasmén.
É lei. Não estamos pedindo favores. Enquando cidadãos, exigimos que evite-se propagandas enganosas
a cerca dos cursos que a Prefeitura Aracajuana "abraça". Nega-se a dar um patrocínio com valor simbólico, para
algo tão maior, pois estes curtas tem potencial para participar de Festivais nacionais, quiçá internacionais.

Pare de nos fazer de fantoches, Edvaldo Nogueira. Não estamos brincando de fazer cinema. Queremos profissionalização,
qualificação, e espaço!

Prefeitura não se representa apenas; a vida não é cinema.
Caro Prefeito,
ao menos
receba o povo, receba- nos...
Recaba as reivindicações, e trabalhe
pelos compromissos assumidos
perante a sociedade.
Então páre de fazer "arte"...


Meus caros colegas de curso, estou com vocês
E por favor, não vamos desistir.
Insistir.
Resistir.
Para a Arte não morrer, para o cinema em Sergipe seguir.

Carmen Ligia Vila Nova,
é estudante de História da Universidade Federal de Sergipe.

2 comentários:

  1. é isso ai, Ligia, A 7 arte é realmente deixada de lado, quando na verdade tem muito potencial para mudar vidas.

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  2. DOUGLAS, E A QUEM MAIS INTERESSAR, O SÍTIO DE DEBATES, E COMENTÁRIOS É:

    http://audiovisualkipa.wordpress.com/2010/11/21/realizadores-em-audiovisual-reivindicam-reconhecimento-da-categoria-e-melhorias-no-setor/#comments

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