domingo, 13 de janeiro de 2013

Porque o que busco JÁ tem nome... . E é o teu!

Se de um poema,
fizesse um verso
claro e enigmático
Possesso e irreverente,
Discrente e alterado,
Perdido e nostálgico,
Intenso e cintilante
Exuberante e eclético,
Profundo e profano,
Sórdido de tão sensual,
Profuso porque não tem igual,
Fino por ser inteiro,
Chique por ser arredio,
Frio porque queima devaneios,
Sem palavras porque seriam beijos inteiros... .

Se de um poema, escorresse larvas
De gozos sucessivos
De conhecidos estranhos
De toques sutis
E por isso tamanhos
De sal e de sol
De tanto e bem mais,
De quimeras, seu sorriso
Doido, afoito que tira de uma cristã a paz.

Se em um poema houver descrição,
Que agora faço (ou tento fazer),
Do que vi (verdadeiramente) em você:
De sensações sem rótulos,
Do seu ser perdido, caído,
Porque de desejos,
O que busca é carinho;
De momentos,
busca o relaxamento que vem depois,
E tanto busca busca e buscas
E nas suas buscas se perde do que vai aí dentro:
de você!

Oh poesia linda, que entregue a vida,
Busca a intensidade,
Como forma de arrebatamento
Pra aplacar a fúria santa
Que escorre do seu fantasioso e delicioso mundo de sonhos paupáveis...

De tarde,
Quando o sol se escondesse,
Ao invés de gargalhadas olhasse a seriedade dos acontecimentos estanques,
Das coincidências desconcertantes
Que me prendem ao seu olhar pra te dizer: devaneio em ti!

Olhar e calar não faria meu ser inteiro!
Fazer e entregar-me a suas buscas frenéticas, seria sofreguidão,
E busco a paz do encontro de almas,
De corpos naturalmente amados,
Dos silêncios que falam mais que todas as suas palavras
Que não me disseram quem você é!
Olhei seus olhos e percebi que aí sim,
Existe quase perfeição.

Ao observar sua essência
(que escondes, tão bem disfarças),
Lhe diria:
Prefiro o homem
Que o menino.
Prefiro o sonhador,
Que a dominador.
Prefiro o carinhoso,
Que o direto,
Porque de tão incerto,
Ainda que tão seguro
Mostras a carne dura,
A fortaleza estabelecida
Mas quem houve sua alma,
Quem se importa com sua vida?

Quem te pega e te afaga e te eleva aos pícaros
apenas com palavras?

O tato que não posso exercer,
Porque estás tão acostumado
Com o estremecimento dos momentos fatais
Porque achas que mais te darão.
FOGES de si,
e tem tanto vulcão.
E indo para fora
Ele não se sacia,
Não!

Se implodisse pra dentro,
teu desejo de fusão,
e arrebatamentos
Seria apenas nesse momento
Momentos.

Abafando um desejo,
Calando o silêncio,
Mesclando pensamentos,
Dando tempo ao tempo e te dizendo:
Menino, esquece!
Suas procuras não te levaram e não te levarão a nada...
Mas,
Se dia desses me mostrar sua verdadeira alma,
Menos vaidades, seja ENTREGA:
Seriam sóis para contemplarmos,
A sós.

Te daria a poesia quase exata,
De uma concretude cálida,
De uma meiguice tão minha,
De uma verdade plácida
Que te ofereceria sonhos reias,
Não apenas espasmos.

O que buscas não tem nome,
O que busco já descobri: seu nombre;
Mas em suas buscas, tão flutuantes,
Em seus transes e transas momentâneas,
Foges como temeroso
Do amor que não é prosa,
Tampouco é poesia:
É VIDA! Vida da VERDADEIRA vida!

Vais,
Mas saibas que bem mais te daria...
Um pôr de sol,
A observância do seu ser tão lindo,
Que se esconde atrás dos abismos,
Que tu mesmo construiu.

Espero que lá,
Se um dia der tempo
De sair dos seus contratempos,
Das suas vaidades tão belamente
e que de forma evasiva
constrois em ser derredor...

Ah, se houver um tempo
Descobrirei que o menino
Pulsa e vibra,
No meu toque mais carinhoso,
No meu sorriso mais verdadeiro,
Nos meus defeitos que me fazem ser o que sou:
Autêntica, mas querendo conhecer você,
de toda alma!
Sou esse ser em busca do que vai dentro,
Não as aparências que se esvaem, terminando em NADA.

E menino,
Ahh menino,
Sua rua não passa na minha rua,
Mas se passar,
Que enfim possamos contemplar o mar
Num silêncio,
Que seja interrompido com beijo de ALMA.
E o corpo será um templo,
De desobertas infindas,
Mas tão doces,
Tão inquietantes,
Tão romances,
Profano porque é sagrado,
Amor que confunde corpos e almas,
Num estado de descobertas incomensuráveis.

Ah poesia,
Sou admiradora
Do que você esconde do mundo,
Para ser valentia,
Guerreiro (e sobreviver).

Mas o meu recanto,
É um colo e silêncio,
É um divã que sim, poderás muito falar
Mas será pra dizer o que eu vi no seu olhar!

Seria amar.
Seríamos romance,
Não um lance
Que não queres (honestamente) buscar.
(...) Só queres ser amado.

Mas para isso,
Não se prendas aos nomes,
O que buscas já está dentro,
E quando quiser pôr isso à mostra,
A relva, o mar,
O gosto,
O gozo,
Se entregar...
E a crença que sonhos são azuis
E são reais.

"Já falei demais".
Já que não pude verdadeiramente lhe falar
Ou te tocar...

Contudo, se essas palavras
Tocarem sua alma,
Saiba que meu nome se chama RECOMEÇAR!

(Porque o que busco já tem nome... . E é o teu! Vi o céu em teu olhar!)

2 comentários:

  1. Parabéns Ligia,
    uma excelente composição! Um encontro perfeito entre o ser e o que dele se denomina paixão.
    Muito belo.

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  2. Qto tempo. Nunca mais tc in face. Muita luz em seus caminhos...

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