sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Soul Blues e Jazz (sambando poesia... de Carmen Ligia)





"Apáticos ou apartidários,
Eu vejo uma rua em movimento.
É tempo... É vento que se foi?
Eles "teclam" sonhos...


Entre o "tecer" e o fazer
Há uma grande diferença.
Se a polícia às vezes fica observando,
Existe mais liberdade, e mais silêncio, e mais segregação.


Eu sinto um vento de novos tempos
Arrepiando meus pêlos,
Porque em estado febril a caneta dança passatempos,
E só revela: Dá tempo!


Mas se o jovem diz: "Dá um tempo",
E só, "só" fica absorvendo a fumaça difusa de qualquer passividade,
Não sei se os "filhos" vingarão:
Filhos de sangue, ou "filhos" de nossas idéias, com seus "disfarces"...


É tarde...
Não porque a madrugada é alta e os olhos pesam em demasia,
Se no livro estou à página 221,
E o que necessito agora é poesia!
A fumaça do "fedorento" cigarro é minha companhia.


Já odiei a solidão, e hoje a sinto com carinho:
Ela me dá o sentido exato de pensamentos desconexos,
Também leituras, e não concentro pensamentos em culpas, ou fugas. O meu presente é um presente!


E se nossos sonhos forem pinturas paradoxais em busca de entendimento?
Que adianta só "curtir" no "face",
Se minha face se esconder da reivindicação nas ruas?
Preciso dizer o que penso, sinto e que tenho sonhos... Em outros outonos, folhas cairão nas árvores.


Os poetas são compreendidos por serem ambíguos,
Um solitário que vence sua própria "inexatidão", quando escreve de todo coração.
Àquele vento que chama as ruas não é revolução: Não!
É simples chuva fina (ainda), que não mais será omissão pra nossa nação.


E teclo sonhos no meu diário virtual.
Bem? Mal... Servirá a quem uma retórica "descabida"?
Se me falam "anjos", não retoco pensamentos insones...
Eles não me possuem porque não possuo nada: a passagem é rápida e só posso dar minha palavra.


Se foi sangue, que fiquem frutos,
Se foram premissas, sintetizem o que houver...
Se "bobagens", ao menos vi "miragens":
Sonhei sonhos altos, nesta Terra chamada Aprendizagem.


Não aprendi com a razão pregada em cada sistema falido,
Os meus verdadeiros amigos, sonharam comigo...
O que disse foi a mesmice diferente,
Eu quero ser o sonho, "eles" querem ser "gente"!


Gente robótica que no facebook "curte", e não discute,
E se acomoda, não se incomoda.
Virou moda: Ser igual pra ser alguém;
Eu quero a poesia, doce companhia que me convêm!


Às vezes a poesia é meu algoz,
Só porque não lhe dou papéis e atenção.
Sou esta tola escriba em um mundo com lenta ascenção,
Se os muros caem, é porque não fizemos revolução!


Revolução? Só quando os humanos seres se derem as mãos...
Quando eu for quem sou sem medo de ser assim: poeta, enfim...
Quando o silêncio for a pior resposta, e a idéia fruir pra dizer quem tu és,
O mundo não será bombas, anéis e certificados, mas sim um muro bem baixo, e o coração "quebrantado"!


Não sei a que vim, se for pra ser mais uma a dizer a mesma fórmula descabida...
Vim pra falar em versos o que sinto quando o vento arrepia minha alma!
Com 9 anos já fazia versos;
Hoje sou INVERSO, me aceitando sou a madrugada:


Quase quieta, por vezes aparentemente calada.
Não porque me faltem versos,
São eles que me "lavam" a alma!
Com 30, sou o sonho que espera a realidade-alvorada...


Quando eu for "dormir",
Queridos "anjos e querubins",
Curtam mais suas próprias idéias, e mostrem suas lágrimas...
O sorriso "só" vem quando saímos pra viver na estrada:


Dizendo o que sentem,
Musicando e fazendo novos momentos, plantando outras "sementes"...
O meu filho que ("ainda") não veio contemplará meus versos sentidos;
Não platei árvore, "não veio" o filho, sequer o livro: veio a Internet, onde escrevo o que sinto.


E sinto que "fui" aprendiz de poesia,
E sinto que senti como poucas pessoas sentem.
Mas não sentei esperando a banda passar,
"Desafinei" na vida, mas nunca deixei de acreditar, e levantar sempre:


Na vida a gente "baila", ou dança.
Na vida a gente "rebenta", ou se arrebenta...
E quando a morte vier, se tiver grana as traças comerão.
Mas meu conhecimento não. E meus versos ficarão com os filhos dos filhos... E eles, o que dirão?


- Que "figura" esta poetisa aprendiz,
Falou o que sentiu, e até sofreu por tanto sentir...
Mas viveu: De poesias, de sonhos, e não quis vegetar com nostalgias.
Tocou o céu com versos em transe; buscou a singular magia...


É no "transe" que se transa a vida, mas a vida não se "transa";
Apenas ama-se em sua dor e pequenas alegrias. Por vezes "tamanhas"...
Grandes os sonhos, "não" os guardo em segredo,
Parafraseando Roosevelt, o político "poeta": "só se deve ter medo, do próprio medo".


E eu sou "destemida", porque com versos e rimas Soul Vida...
Meu olhar que sempre brilha, é JAZZ!
O cigarro, tola companhia, um triste blues.
Mas a poesia... É minha vida, minha sina, minha lida, minha luz!


Um samba? Ou será minha cruz?
"Nada" sei. Mas com versos
Sinto-me liberta!
A poesia à Deus me conduz: Me eleva..."

(Carmen Ligia, em 14 de outubro de 2011).

Nenhum comentário:

Postar um comentário